terça-feira, 25 de março de 2014

Ouvir Adelia Prado é um sopro de esperança e fé




“A alma se desespera,
mas o corpo é humilde;
ainda que demore,
mesmo que não coma,
dorme.”






Um dos programas que mais gosto de assistir é o Roda Viva. Só que ontem perdi uma boa oportunidade de conhecer um pouco mais de Adélia Prado. Uma escritora brasileira, que retrata com muita poesia o cotidiano norteado pela fé cristã. Para saber mais sobre ela, veja o link a seguir: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ad%C3%A9lia_Prado

Pois hoje vi um link compartilhado no Youtube com o programa de ontem, que ela fala sobre o lançamento de seu livro, intitulado Miserere ao qual ela confessa ter passado por uma depressão profunda, onde tudo estava normal, aparentemente, mas havia lhe tirado a incapacidade de escrever. Só ai vão todas as agonias em uma só.

E lembrei-me da proposta do nosso último encontro, ao qual solicitei que todos falassem sobre as suas para que orássemos juntos, encarando as de frente. Me referi, depois aos medos, nossos, que estão incutidos lá no mais obscuro intimo do nosso ser e que não podem ser suprimidos. E ainda ressaltei que temos que confiar que a presença do Espírito Santo de Deus em nosso meio é que nos fará desconfinar-nos e fazer assim o Caminho se desenvolver ultrapassando fronteiras/barreiras que muitas vezes nem existem.

E lembrei-me disso por causa da resposta da Adélia a seguinte pergunta da jornalista Ana Weiss, da Revista Isto é:

Ana Weiss: No teu novo livro você fala muito com Deus; em todos os outros também, né? Mais aqui neste Miserere tem vários títulos e termos contra dança, contra o amor, contra todo o artifício. Isto tem a ver com o teu descontentamento com o Brasil, com os reveses, ou você está questionando, talvez, a religião, mesmo, nesse momento?

Adélia: Não... o questionamento aí, é contra o amor, contra dança, é um sofrimento pessoal que todo mundo tem. Não tem essa pessoa que passe a vida sem sofrer. Eu acho o sofrimento importantíssimo; porque ele é condição de consciência, de mais consciência. Então uma pessoa que não sofre é um fenômeno; eu acho que deve ser observado; por quê? Porque nós todos temos motivos de sofrimento. Quer a finitude da vida, a nossa precariedade, nós envelhecemos, adoecemos, morremos, temos amor, temos ódio, esperança, temos desconforto físico, desconfortos morais – né? –, filosóficos... então tudo isso é sofrimento.  Eu acho que uma das coisas mais importantes na vida de uma pessoa é encarar o sofrimento. Por isso que eu tenho muito medo de livro de autoajuda porque ela quer desviar você daquilo que é importantíssimo de encarar – primeira coisa é você mesmo –. Você tem que dizer um sim pra aquela situação, pra aquela dor. Fugir de dor é uma perca de tempo. Você encontra ela lá na esquina, outra vez. E é possível sofrer em paz, sabe? A coisa tá pegando fogo, mas você tá em paz. Isso é possível!


O meu desejo é que ao assisti-la, seu coração fique cada vez mais tranquilo e se estiver em um momento de angústia, haja em você um sopro de esperança e fé.

Forte abraço.


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